Recursos Patrimoniais
Matosinhos
Anémona
Da autoria da escultora Americana Janet Echelman, a Anémona Gigante, colocada no centro da praça Cidade do Salvador, à entrada de Matosinhos, é um projeto inovador que veio substituir a onda artificial, projetada pelo Arquiteto Souto Moura para o mesmo local. A escultura é inspirada nas tradições piscatórias de Matosinhos e a própria rede foi criada nas mesmas fábricas onde ganham forma os instrumentos de trabalho dos pescadores locais.
O jogo da Luz e da sombra, conseguido com a oscilação causada pelo vento, concede à gigantesca anémona um especial efeito estético. A rede tem uma altura que não ultrapassa os 25 metros e o mastro que a sustenta, com cerca de 40 metros de altura, é visível, em dias normais, a uma distância de 1 km a partir dos três pontos cardeais com acesso terrestre.
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
Ganhou o nome da Poetisa Alentejana, que viveu os últimos anos da sua vida em Matosinhos – em 1990. Em Maio de 2005, foi mudada para um edifício construído de raíz, projetado pelo arquiteto Alcino Soutinho. Neste edifício, funciona agora a Biblioteca Municipal, o Arquivo Histórico e a Galeria Municipal. A Biblioteca conta actualmente com um acervo de cerca de 77 mil monografias, 280 periódicos, 3200 documentos áudio e 100 audiovisuais.
Edíficio dos Paços de Concelho
Inaugurado em 1987, da autoria do Arq.º Alcino Soutinho, o Edifício dos Paços do Concelho, marco importante da moderna arquitetura portuguesa, ergue-se entre o Jardim Basílio Teles, do qual se separa por uma longa fonte e espelho de água, e "abraça" o antigo palacete do Visconde de Trevões, onde se encontra instalada a Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
Fonte dos 2 Amigos
Em 1853 dois amigos, Manuel da Silva Santos e João José dos Reis, dito conde de S. Salvador de Matosinhos, mandaram construir na antiga Rua da Igreja, uma fonte que marcou o fim de séculos em que o abastecimento de água era feito através de poços abertos nos quintais das Habitações. A fonte ficou conhecida como a “Fonte dos Dous Amigos” em honra dos Beneméritos.
Homenagem aos Mortos do Naufrágio de 1947
A escultura é da autoria de José Brito e foi inaugurada em 2005, a 1 de Maio, dia do Pescador. Inspirado numa das telas de Augusto Gomes, o monumento presta Homenagem aos mortos do naufrágio de 1947, que ceifou a vida de 152 homens do mar e deixou viúvas 71 mulheres e órfãos 152 crianças. Embora os barcos ou outros elementos ligados à pesca estejam ausentes do monumento, adivinha-se esta homenagem pela angústia visível nos rostos das mulheres que clamam para que os maridos e pais regressem com vida a terra.
Monumento ao Pescador
Localizada um pouco mais abaixo da Igreja Matriz de Matosinhos, podemos encontrar 2 monumentos de homenagem aos pescadores de Matosinhos.
O primeiro, a emoldurar o largo da rotunda da Av. D. Afonso Henriques, é uma escultura de Irene vilar, já o segundo, localizado na entrada do bairro dos pescadores, é uma estátua de bronze, um “homem do Mar”, da autoria de Rogério Azevedo.
Monumento ao Senhor do Padrão
Localizado no sítio do espinheiro junto ao molhe sul de Leixões, o local onde reza a lenda deu à costa a estátua de Cristo crucificado. Edificado em granito com arcos abertos nas quatro faces laterais, albergando um crucifixo ladeado pelos quatro evangelistas o Sr. do Padrão apresenta características barrocas que nos levam a identifica-lo como sendo do Séc. XVIII.
Na base da cruz deste verdadeiro padrão da fé inscreve-se a data de 162 (124 na era cristã) que corresponderia ao achado da imagem incompleta. No lado oposto, o número 50, refre-see ao espaço de tempo que, segundo a lenda, demorou a ser encontrado o braço que faltava. No seu interior, destaca-se ao centro, a imagem do Bom Jesus sobre um altar de azulejos
Igreja Matriz de Matosinhos
No séc. XVI iniciou-se a construção deste notável imóvel de traça renascentista, que tem sido objeto de inúmeras alterações até à atualidade. Destacam-se, no séc. XVIII, as intervenções de Luís Pereira da Costa, famoso entalhador setecentista, a quem se devem as obras de remodelação e acrescento da capela-mor e as de Nicolau Nasoni para o restauro da igreja. A notável combinação de volumes, estruturas e pormenores compositivos acentuam o aspeto cenográfico da fachada principal, desenhada de forma a acentuar a horizontalidade da construção e as características barrocas ao gosto Nasoniano. São de admirar as duas torres sineiras, o frontão quebrado, a porta principal decorada com medalhão, no qual se insere uma concha de vieira e os dois nichos laterais que contêm as estátuas de S. Pedro e S. Paulo. No espaço interior, dividido em três naves, destaca-se o imponente altar-mor de talha dourada, que integra na parte central um nicho com imagem de Cristo crucificado, atribuída aos séc. XII / XIII. Trata-se de uma escultura em madeira oca, com cerca de dois metros de altura e extremamente curiosa, dada a assimetria simbólica do olhar, já que o olho esquerdo se dirige para o Céu e o direito para a Terra, numa clara simbiose entre Deus e o Homem.
A história da freguesia de Matosinhos entronca na do desaparecido Mosteiro de Bouças onde se venerou, durante séculos, a imagem do Bom Jesus de Bouças. No séc. XVI, face à ruína do mosteiro a imagem foi transferida para uma nova igreja que foi construída no lugar de Matosinhos. A sua construção iniciou-se em 1542 por iniciativa da Universidade de Coimbra a quem D. João III tinha concedido o padroado de Matosinhos. Para realizar esta obra foi inicialmente contratado João de Ruão, tendo a obra sido posteriormente completada por Tomé Velho.
No séc. XVIII a crescente importância da devoção ao Senhor de Bouças, particularmente entre aqueles que demandavam as terras do Brasil, vai levar à realização de grandes obras de ampliação da primitiva igreja, que ficaram a cargo do arquiteto italiano Nicolau Nasoni.
Porto de Leixões
É uma das maiores obras de Engenharia civil do séc. XIX. O projeto é da Autoria de Nogueira Soares e a construção deste porto de abrigo de navios arrancou em 1884, tendo sido concluído em 1895. Mais tarde, no início do séc. XX, foi discutida a necessidade de o transformar num porto comercial. Um objectivo apenas conseguido em 1940, com a conclusão da doca Nº1.
Nas décadas seguintes, foram edificadas as docas Nº2 e Nº4, o cais do pescado e terminais de contentores e petroleiros. A bacia, construída em 1984 sustenta em cada um dos seus molhes os denominados Titãs. O Titã do molho norte tem cerca de 400 toneladas e é movido a vapor. Juntamente com o Guindaste do molhe sul, foi fundamental para a construção do Porto de Leixões. A designação Titã deve-se ao seu aspeto imponente. Estas máquinas tinham a capacidade de erguer blocos de pedra e cimento com cerca de 50 toneladas e lançá-los ao mar no lugar pretendido. Em 1892, o Titã do Molhe Norte caiu ao mar devido a um temporal, tendo sido recuperado posteriormente. Ambos os Titãs estão em funcionamento e são exemplares quase únicos no mundo.
Leça da Palmeira
Capela da Boa Nova
À semelhança da Quinta da Conceição, também a capela da Boa Nova, foi fundada pela ordem Franciscana, que aí se instalou, em 1392. Ao longo dos tempos, sofreu sucessivas reestruturações e hoje, é o único testemunho que resta do Convento de S. Clemente das Penhas.
Templo de uma só nave, tem como elementos distintos a rosácea da porta principal e o altar-mor, onde podem ser admiradas as imagens de S. Clemente das Penhas e de S. João Batista, ambos ainda venerados naquele lugar.
Capela de Sant´Ana
Situada ao lado da Igreja Matriz, a Capela de Sant´Ana foi edificada no Séc. XVIII e reconstruída entre 1762 e 1768, a mando do reverendo José dos Santos. A capela- mor possui um retábulo em talha dourada com uma imagem da Santa Ana ao centro. Quando Leça da Palmeira foi atingida pela cólera, em 1855, este templo foi utilizado como Hospital de emergência para prestar assistência aos doentes. Ainda hoje, existe na capela uma “Cadeira de Partos”, ali usada durante vários anos.
Casa de Chá da Boa Nova
Construída nas proximidades do farol da Boa Nova, a casa de chá é uma das primeiras e mais marcantes obras do arquiteto Álvaro Siza Vieira.
Admiravelmente integrada na paisagem e na estrutura rochosa, destaca-se nesta construção classificada Monumento Nacional em 2011, o salão de jantar que se abre sobre as rochas através de sumptuosas Janelas em vidro. Dali se podem avistar a inscrição de versos de António Nobre, bem como a capela da Boa Nova.
Atualmente, e após profundas obras de Requalificação, a Casa de Chá da Boa Nova encontra-se reconvertida num revitalizado espaço de restauração, sob a liderança do conhecido “Chef” Rui Paula.
Farol da Boa Nova
Património do Estado, o farol da Boa Nova, ex-líbris de Leça da Palmeira, encontra-se atualmente sob alçada da Marinha Portuguesa. Projetado pelo Eng. Joaquim Peres, o farol entrou em Funcionamento a 20 de Fevereiro de 1927.
Com cerca de 40 metros de altura, este farol é o segundo mais alto da Costa Portuguesa. Possui 213 degraus e tem um alcance de luz de 28 milhas náuticas (52 quilómetros). Construída em betão, a torre do farol é caraterizada pela sua circularidade, a a terceira maior do País. Nas suas instalações funcionou até 1962, a Escola de Formação de Faroleiros.
Forte S. João das Neves
Construído ente 1651 e 1655, pouco depois da restauração da independência, com o objetivo de assegurar uma melhor defesa militar costeira. O projeto é de Frei João Turriano, engenheiro –mor do reino. O forte possui uma planta de estrela de 4 pontas, protegidas por colinas inclinadas e guaritas salientes. A entrada, faz-se uma ponte levadiça e a construção é ladeada por um amplo fosso seco.
Esta obra deixou de ter funções militares nos finais do Séc. XIX e em 1961 foi classificada como imóvel de interesse Público. Hoje é a sede da capitania do Porto de Leixões.
Igreja Matriz de Leça da Palmeira
Construída no centro da freguesia no séc. XVII, a igreja de Leça da Palmeira teve a sua última renovação em 1873, pela mão de João Pinto de Araújo. Composta por um frontispício de linhas equilibradas, um frontão triangular no centro e duas torres sineiras, entre os altares, de estilo Barroco Joanino e Rocaille, destaca-se o altar-mor e a capela do Senhor dos Passos, em talha dourada.
Admiráveis são também as imagens de S. Miguel, o Padroeiro e de Nossa Senhora da Conceição, esculpida em Pedra Ançã pelo Mestre Diogo Pires. Esta última, trata-se de uma representação da Virgem Maria, segurando o Menino Jesus no colo. A peça, datada de 1483, foi oferecida pelo Rei D. Afonso V ao convento franciscano de Santa Maria da Conceição. Após a extinção das ordens religiosas, a imagem foi transferida para a Igreja de Leça da Palmeira, em 1852, onde ainda permanece.
Quinta da Conceição
Inicialmente denominada de Quinta da Granja, foi a casa dos frades franciscanos que ali se instalaram, fundando um convento dedicado a Nossa Srª da Conceição. Em 1837, após a extinção das ordens religiosas, o convento foi vendido a Manuel Guimarães em hasta pública por seis contos. Mais tarde, em 1956, foi adquirida pelo Estado e requalificada pela Câmara Municipal de Matosinhos que a transformou em parque público. O arranjo do Espaço foi projetado pelo arquiteto Fernando Távora, que incluiu belos jardins e preservou alguns dos elementos do antigo convento, designadamente a capela de S. Francisco , o claustro, o pórtico manuelino e diversas fontes e Imagens. Mais recentemente, foi construída uma piscina, projetada por Siza Vieira.
Quinta de Santiago
A Casa de Santiago foi mandada construir por João Santiago de Carvalho e Sousa, para sua residência na última década do século XIX, Era então designada por “Quinta de Villa Franca”, numa alusão ao local onde se encontrava. O autor do projeto foi Nicola Bigaglia, veneziano radicado em Portugal desde a década de 1880. A casa adota um estilo arquitectónico eclético e revivalista, ao gosto da época, integrando elementos neo-medievais num tom genérico renascentista que caracterizará as suas obras posteriores.
A variedade de elementos estruturais e decorativos, a sua expressividade e o seu simbolismo fazem desta casa um elemento interessantíssimo de estudo. A casa foi adquirida pela Câmara Municipal de Matosinhos em 1968 tendo a sua recuperação e adaptação a museu sido dirigida pelo arquiteto Fernando Távora.
Piscina das Marés
É outra das obras de Siza Vieira de grande destaque. A Piscina das Marés, construída entre 1961 e 1966, está implantada sob a praia de Leça da Palmeira, aberta para o mar, quase escondida por entre os rochedos e paisagem que a envolve.
No Verão, é um ponto de atração para inúmeras famílias que ali procuram relaxar e admirar o harmonioso resultado que o arquiteto conseguiu criar, conjugando o betão, cobre e madeira. À semelhança da casa de chá, a Piscina das Marés encontra-se em vias de ser classificada como Monumento Nacional.
Ponte Móvel
Inaugurada a 30 de Julho de 2007, a Ponte Móvel veio substituir a anterior ponte, que contava já com 50 anos de existência. A nova ponte possui um vão de 92 metros de comprimento, sendo a quarta maior ponte basculante do mundo e a segunda da Europa. Possui um sistema hidráulico pioneiro que permite uma maior facilidade na sua abertura e fecho.